ZEN Surf. de Trem !!! Em ondas de viagens e informação ...

Zen surf de trem é um blog/coluna, que aborda de maneira jovial e sem compromisso, a realidade de um lugar diferente, os pensamentos de um sonhador e as informações de uma banda que luta em busca divulgar o seu som e sua ideologia . Um blog onde o debate é a palavra de ordem, do social a ufologia, sempre respeitando a opinião do próximo. Publicado em diversos jornais e sites do Mato Grosso do Sul.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Obrigado aos amigos dos Surfistas de Trem !!!

       É com muita alegria, que escrevo para todos os amigos e fãs de nossa banda, os Surfistas de Trem. Hoje faz um ano que iniciamos uma reformulação, um recomeço para a banda. Sabíamos que nada seria fácil, mas mesmo assim, o amor pela música e a vontade da mostrar o diferencial e a qualidade do som, falou mais alto. Depois de ficarmos parados por um bom tempo, resolvemos apresentar o nossos projetos e objetivos aos nossos amigos, Cleyto Vieira e George Pará, que não faziam parte dos Surfistas, ainda, mas que já tocaram outras vezes conosco. Sendo assim, decidimos naquele momento, que iríamos fazer a coisa bem feita, e o mais profissional possível. Graças aos dois (Cleyto e George) que abraçaram a causa, e nosso empenho geral é que hoje, um ano depois, temos orgulho de concretizar, um pouco de nossos planos.

      É verdade que ter uma banda, para quem está na plateia, pra quem é fã, é muito legal. Porém para quem está nos bastidores é bem diferente. E nosso objetivo com os Surfistas, era diferente de tudo que já tinhamos feito até então como músicos. Precisavamos trabalhar duro, nos dedicar de corpo e alma e assim foi feito. Nosso 1º show juntos, foi no Motorcycle passado, 2010, e naquele show, apesar da falta de estrutura de som e animação exagerada, já dava pra perceber que nossa proposta musical tinha mudado.

     Foi a primeira vez que uma banda da cidade se apresentava com um duo de metais, trompete e trombone, exaltado o estilo black music que já fazia parte da banda. De lá pra cá, foi muito trabalho e dedicação, que só mesmo com bons amigos para suportar as barreiras e dificuldades no caminho. Decidimos que iriamos, gravar nosso primeiro disco, e mostrar que Ponta Porã é sim um reduto alternativo, e não rural como muitos pensam. Sem nenhuma ajuda financeira de terceiros, sendo que toda e qualquer despesa seria custeada pela banda, resolvemos trabalhar. E buscamos alternativas para realizar nossos projetos. Não temos dinheiro, não temos padrinhos, mas temos coisas fundamentais e essenciais para que tudo de certo. Temos talento, humildade e grandes amigos. E assim iniciamos, nossa primeira gravação.

    Com ajuda dos amigos Tadeu e Rafael Boch, que gentilmente nos ajudaram.Gravamos em um tempo recorde, de 3 tardes, 6 canções, sendo 3 próprias e 3 covers, para que pudéssemos ter algum material gravado, para posteriormente enviarmos para a Fundação de Cultura de MS, afim de participar de algum de seus projetos. Nosso foco principal naquele momento era o Festival de Inverno de Bonito, que estava prestes a encerrar seu edital de inscrição. Mandamos nossa inscrição com as músicas cruas, sem masterização, nem mixagem, e em outro formato que o edital pedia, e por essas e outras não fomos selecionados para o Festival de Inverno, porém isso não nos abalou, e continuamos com a esperança e com a vontade de fazer dar certo. Decidimos regravar todas as canções que fizemos na correria e fazer as coisas mais programadas. Reformulamos o projeto do nosso 1º disco, e nomeamos "Samba Reggae and Roll - De uma frontira sem fronteiras", decidimos que seria uma mescla de nossas influencias musicais, com a cara da fronteira e para a fronteira. O melhor de ser um Surfista de Trem, e decidir tudo, planejar e falar sério, sempre numa boa com meus irmãos, Renan, Pará e Cleyto. Nos conversamos, trocamos idéias e decidimos as coisas sempre numa boa, tomando uma gelada e na paz. Acho que isso que faz a diferença, além de poder contar com amigos de verdade que acompanham e ajudam diretamente e sem cobrar nada em troca, somente pelo simples fato de se identificarem também com a ideologia da banda. E assim seguimos, ralando nas madrugadas, para levantar grana, e custear tudo que envolva a banda, seja desde o conserto de um cabo, até mesmo as horas de estúdio.

       O trabalho é arduo, mas tem sido muito gratificante. Hoje estamos em processo de gravação do nosso CD, sendo que já temos 4 músicas lançadas antes mesmo da finalização do CD, para que a galera curta e conheça nosso som. Mesmo não tendo finalizado o disco, já fomos comtemplados com a divulgação de 2 de nossas canções, Soy Surfista de Canto pra Jah para as rádios de todo Brasil, através do Kit de Difusão Musical do MS, e ainda fomos selecionados, por mérito e qualidade musical para o Projeto Som da Concha, sendo a primeira banda da fronteira a participar do projeto e uma das primeiras do interior do estado. Nosso show, mobilizou cerca de 30 amigos que são fronteiriços e foram para Campo Grande, para nos apoiarem, isto faz a nossa diferença.

        Não fomos convidados, ou apadrinhados para se apresentar no projeto. Conseguimos, mandando todo o material que o edital solicitava, e tivemos nosso nome publicado no Diario Oficial do Estado, autenticando mais ainda nosso recente trabalho. Fomos destaque da pagina principal do maior site de musica independente do Brasil, o Palco Mp3 e convidados por isso para uma matéria no Atualidades, da Tv Morena. Nosso diferencial, é que não corremos atrás de aparecer, divulgar sim. As coisas fluem para nós, a partir do momento que trabalhamos para fazer o som, músico faz isso, toca! Não fica correndo atrás de coisas para se aparecer. Sabemos que isto que conseguimos em um ano é muito pouco, para o que queremos, mas tendo em vista nossas dificuldades, tanto financeiras, quanto de conciliação do tempo, já alcançamos muito, e sem forçar a barra. Hoje comemoramos a marca de cinco mil acessos em nossa pagina do Palco Mp3, a única na qual disponibilizamos nossas canções, isso sim é uma boa noticia. Nem eu, nem meus irmãos Surfistas, aposto que nunca imaginariam que nossa arte fosse ser tão apreciada em tão pouco tempo.

        Daqui a um ano, quero estar aqui, mais feliz do que estou hoje, por que a cada dia que passa, nossos sonhos se tornam mais realidade. E sempre assim, trabalhando sério e com humildade. Não somos nada ainda, mas já somos mais do que éramos a um ano atrás, cada dia que passa, tenho mais idéias e motivação para continuar trabalhando firme. Valews a todos os amigos, fãs, e aos bons e velhos Surfistas, George, Cleyto e Renan. Em breve teremos mais novidades, e boas novidades!       

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Você conhece o “Portunhol Selvagem” ?


Você morando na fronteira, na certa ou fala um pouco de espanhol e/ou entende alguma coisa Guarani, ou ao menos deveria. Em uma terra de fronteira invisível, nosso idioma, o português, se fundiu com o espanhol e guarani, criando uma linguagem única e diferenciada, para o lugar diferenciado em que vivemos. A fronteira! Nossa cultura ambígua, dia a dia tem se mostrado mais forte e rica, seja na música ou na poesia. Foi nesse ambiente de cultura impar, que o poeta e escritor, Douglas Diegues, nos presenteou com a criação de um idioma híbrido e libertário, ao qual nomeou como, Portunhol Selvagem. Para seu criador, o portunhol selvagem não é uma língua. Muito menos um movimento. Enquanto o português é forçado a um acordo ultramarino de padronização, o portunhol selvagem surge como uma opção de liberdade. “O portunhol selvagem é free !”. O Portunhol Selvagem transgride os limites estabelecidos pelas “academias linguísticas” com uma literatura baseada no indomável, que utiliza o espanhol, o guarani e o português, mas que tem espaço para palavras em qualquer idioma. Carioca de nascimento, mas fronteiriço de coração, Douglas, já traduziu vários livros para o portunhol selvagem, inclusive o clássico O corvo, de Edgar Allan Poe. Ele mesmo já publicou Da gusto andar desnudo por estas selvas (2003), Uma flor (2005), Rocio (2007), El astronauta paraguayo (2007), La camaleoa (2008), DD Erotikon &; Salbaje (2009) e Sonetokuera en Alemán, Portuniol Salvaje y Guarani (2009). Inspirado em Manoel de Barros – de quem é amigo pessoal – e inspirador de escritores como Xico Sá, ele e seu portunhol selvagem são um abrigo seguro para o modo de falar que vem das ruas e que dispensa dicionários. Podendo ser classificado como politicamente incorreto, para os puristas, o portunhol selvagem é a cara da fronteira. Pois como o próprio criador cita, é uma linguagem falada e escrita, mas não é um idioma. O portunhol selvagem é o puro retrato da fronteira, e ainda que não tenha conhecimento deste fato, você lida com ele diariamente e diretamente. O modismo e a grande mídia, muitas vezes nos vendam da importância de nossa verdadeira origem. É mais que necessário que o povo fronteiriço, saiba a importância histórica que nossa região representa, para o nosso estado, país e continente. Muitas vezes nossos artistas, são incompreendidos, e deixados de lado. Quando deveriam ser referência de conhecimento para a fronteira. Ponta Porã é o coração da América do Sul, e recebe influências diretas de todo continente. O portunhol selvagem é uma prova disto. Sejamos mais Latinos, e menos americanos. Viva el portunhol selvagem, e nuestra city, la princesita de los herbais. Não entedeu? É portunhol selvagem.


João Caetano, músico/compositor
, líder da banda Surfistas de Trem,
 formando em Economia e colaborador do JR. 

Comente, critique, opine !!!
Não se cale, pois quem cala consente.

E-mail: surfdetrem@yahoo.com.br

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Fui num baile em Assunção. Guns and Roses, eu fui!


No último dia 15/10, aconteceu na capital paraguaia, o maior show de rock até hoje visto em Assunção. Axl Rose e sua trupe, fizeram um show apoteótico de aproximadamente 3 horas, desfilando os maiores hits do hard rock mundial. Para minha sorte (fã declarado), pude realizar este sonho de assistir uma das maiores lendas do rock mundial. O show aconteceu no Jockey Club de Assunção, espaço amplo e bem estruturado que pode receber um mar de gente, com aproximadamente 60 mil pessoas. Os portões foram abertos às 17 horas e os fãs, se amontoavam muito antes do show começar. Muitos estavam receosos devido à pífia apresentação da banda no Rock and Rio, e muitas foram às críticas que ouvi nos dias que antecederam o show. O Guns and Roses acabou! O Axl Rose está velho, não agüenta mais cantar! Os novos integrantes não tocam bem! Entre outras críticas de quem pouco conhece, essa que é a maior banda de hard rock do mundo. A verdade é que o show feito debaixo de um dilúvio no encerramento do Rock and Rio, deixou muito a desejar, até quem é fanático pela banda como eu, ficou com os dois pés atrás.Porém quem foi conferir a apresentação em Assunção, teve uma sorte única com tamanha empolgação de Axl no palco. Sem seus habituais e demorados atrasos, o maior show man em atividade no mundo, chegou pontualmente à meia noite. Ao melhor estilo Axl Rose chegou sobrevoando a multidão, em um helicóptero e não demorou muito para dar as caras no palco. Trajando a tradicional bandana e óculos escuros, Axl abriu o show com seu novo single, Chinese Democracy, que também nomeia o novo e lendário álbum que demorou nada mais nada menos do que 15 anos para ser lançado. Com a voz afinadíssima e os tradicionais agudos inimitáveis, levou a galera à loucura quando fez soar as primeiras notas do famoso riff de Welcome to the Jungle, logo na segunda música, com a rebeldia clássica ainda soltou um “fuck you”, levantando o “dedo do meio” para as câmeras que transmitiam suas imagens em telões gigantes de alta definição, dando ainda mais detalhes do show. Daí em diante, pude notar que assim como eu, todos os expectadores ficavam perplexos com tamanha qualidade apresentada em um show que muitos jamais imaginariam algum dia assistir. Axl mostrou uma performance digna de sua magnitude artística, e nos fez lembrar os bons e velhos tempos da década de 90, aonde era acompanhado pela formação clássica do Guns and Roses. Todos os maiores hits da banda, com exceção de Civil War e Patience, foram tocados, além de surpreender a todos com covers de Pink Floyd e ACDC. Para quem criticou o Guns and Roses, fica o meu lamento, pois quem esteve am Assunção, sabe o que realmente é um show da banda. Por sorte estive lá! 

João Caetano, músico/compositor
, líder da banda Surfistas de Trem,
 formando em Economia e colaborador do JR. 

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