ZEN Surf. de Trem !!! Em ondas de viagens e informação ...
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Moderna Música da Fronteira
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
O olhar de Veríssimo sobre o BBB
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo.
Luis Fernando Veríssimo É cronista e escritor brasileiro |
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumane da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)
Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Política é coisa séria
Texto escrito por Thiago Eugênio Vedana (Tyrsão)
Caros leitores!
Durante essa semana acompanhei por uma rede social, um vídeo sobre a política da Suécia. Esse vídeo retratava como viviam os parlamentares daquele país, considerado um do mais desenvolvidos do planeta em aspectos sociais.
Como professor de geografia já havia estudado sobre os países escandinavos (Suécia, Noruega e por laços históricos e linguísticos a Finlândia e a Dinamarca), e além destes, muitos países localizados no continente europeu, como a Suíça apresentam sistemas em que os políticos não recebem regalias exorbitantes como salários e auxílios, e não vivem nas capitais com tudo pago pelos impostos de contribuintes.
No Brasil, onde predomina a cultura da “alegria”, que não interessa o que e como a população vive, e sim que temos 5 Copas, que em fevereiro temos o carnaval (festa que não é brasileira como a maioria pensa) e outras festas e músicas que quando tocadas em um som no máximo do volume (desrespeito a transeuntes ou pessoas que estejam em casa descansando) “animam a população” diariamente, porém o excesso de descompromisso de alguns brasileiros, resulta no esquecimento do real sentido de suas vidas e isso interfere profundamente em nossas opiniões.
No ano de 2012, teremos as eleições municipais e já começaram as pequenas intrigas do tipo: “qual o melhor candidato?”; “eu voto nesse por que é mais simpático”; “esse roubou, mas pelo menos fez”.
Essas discussões seguem o caminho contrário da democracia racional, afinal de contas, o papel de um político não é cumprimentar a todos, pagar cerveja ou patrocinar campeonatos de futebol. Se ele rouba, deve ser considerado criminoso como outro qualquer (talvez até pior, pois engana o trabalhador), se ele leva a religião com bandeira, deve-se rever esse personagem, pois vivemos em um estado Laico, se paga pelo seu voto, com certeza desvaloriza sua pessoa (o considera como uma meretriz, que vende o corpo e a mente). Essas são apenas umas das pequenas discussões que permeiam o direito máximo da cidadania, o sufrágio universal.
A discussão e os argumentos deveriam seguir outro rumo: “qual é o passado desse representante?”; “qual o nível de escolaridade do candidato?”; “quem financia a campanha do candidato”; “ele já realizou algo gratuitamente pela sociedade?”. Quando essas perguntas permearem as discussões eleitorais, estaremos entrando nas veredas que guiam a democracia e o desenvolvimento real do Brasil.
Escolhas, uma questão de valores?
Caro leitor deste artigo, você acredita com sinceridade no poder de suas escolhas? Você sabe por que escolheu usar sua roupa hoje? Você sabe por que escolheu trabalhar ou estudar? Por que você vai a esta ou aquela igreja? Ou você sabe por que gosta deste ou daquele gênero musical?
Acredito que muitos com certeza dirão que são questões de personalidade, outros, uma questão de princípios. Mas se você realmente questionar a razão de suas escolhas, com sinceridade, talvez você nem imagine a razão das escolhas de sua vida. A verdade é que somos bombardeados diariamente pela televisão, internet ou outros meios de comunicação sobre novos produtos (moda, música, mercado de trabalho, literatura e até mesmo as religiões), impondo em nossas cabeças que o que usamos está errado, nosso corpo está fora do padrão, meu cabelo não está mais na moda, minha música não é a mais tocada e agora tenho que buscar outra que talvez não tenha nada a ver com a anterior.
A propaganda, considerada como a “alma do negócio” realmente possui um poder incrível sobre as pessoas. Um bom exemplo disso é como interpretamos as notícias, que são escritas por pessoas que buscam de maneira sutil demonstrar ou convencer quem esta assistindo ou lendo a matéria, que aquilo que está em sua frente é uma verdade incontestável, muitas vezes omitindo dados ou passando somente aquilo que realmente interessa, convencendo ou convertendo a maioria, deixando de criar um senso crítico na maioria das pessoas. Um bom exemplo disso é o Bolsa Família, que todos criticam, mas a maioria das pessoas não sabem nem sequer o valor e os métodos usados no programa, ou quando criticam, não usam argumentos próprios para a crítica, apenas reproduzem algo que ouviram falar por alguém que elas acreditam estar sempre certo.
Não estou defendendo os programas sociais, mas apenas cito um exemplo, dentre outros muitos, que vivem na boca das pessoas, mas nunca são pesquisados sobre as vantagens e desvantagens, ou porque realmente pensamos daquela forma sobre essas discussões rotineiras. Dentre esses exemplos podemos citar: discussões de futebol (caso da violência das torcidas), problemática indígena, reforma agrária, legalização das drogas, casamento homossexual, reforma política e tributária e a problemática ambiental, temas atuais que vem perdendo espaço para discussões banais e rotineiras.
O problema maior é que muitas pessoas esquecem-se desses assuntos, ou quando raramente vão discuti-los usam jargões comuns da imprensa da “esquerda” ou da “direita”. Meu objetivo é chamar a atenção de você leitor para as notícias que nos cercam serem sempre pensadas e questionadas, jamais use a ideia que a discussão deve ser evitada, prepare-se bem, leia diversas fontes de informação (não assista apenas a televisão), busque pensar e exercite sua mente, assim você estará contribuindo para a construção real da democracia, tão esquecida ou apenas lembrada nos momentos mais propícios dos programas eleitorais. Tenho certeza que a Pátria Amada gostará muito mais de ser a Mãe Gentil desses brasileiros preparados e educados para um futuro cada vez mais complexo e efêmero.