Foi dada a largada para a
corrida das eleições municipais, em nossa cidade, os candidatos
pouco a pouco começam a mostrar suas caras estampadas em outdoors,
carros, bandeiras, “santinhos” e agora também nas redes sociais,
algo que não se via na últimas eleições.
Com esta mudança,
totalmente compreensível, pois faz parte de uma evolução normal
que estamos passando com a era digital e tecnológica, algumas
pessoas tem questionado sobre a propaganda política nas redes
sociais.
Primeiramente vale
ressaltar que a propaganda política nas redes, é legal, desde que
tenha sido realizada a partir do dia 05 de junho. Mesmo assim, o que
tenho visto no face book, principalmente aqui na fronteira é uma
indignação e repulsa a esta prática.
Alguns internautas,
reclamam da poluição visual que gera na rede, tendo em vista o
grande número de candidatos que compartilham suas fotos e jingles
incansavelmente na tentativa de convencer algum eleitorado. O que se
analisa por parte dos candidatos por sua vez, é que muitos deles tem
utilizado a rede de forma errônea, apenas como uma mera ferramenta
de exposição de sua figura, uma publicidade barata e sem conteúdo,
que muitas vezes pode ter um efeito contrário, e ao invés de
cativar o eleitorado, acaba irritando-o.
Entre questionamentos e
indignação a falta de um bom conteúdo, é um dos motivos que tem
gerado revolta dos internautas. A população mais confusa do que
nunca, pelo acumulo e velocidade de informações que se tem
disposição, acaba por não perceber que uma grande mudança pode
ser feita no campo político, caso se utilize as redes sociais com um
fim educativo e de registro.
O que acontece
atualmente, é que o povo ficou sabido de uma hora pra outra, leem um
“jornaleco” aqui, um site acolá, veem mais uma meia dúzia de
besteiras na televisão e pronto, estão aptos para falar de qualquer
assunto, e isto, reflete diretamente no despreparo de muitos muitos
candidatos, que não fazem a miníma ideia do que é a politica.
Vejamos, em outros tempos as eleições eram do corpo a corpo, do
candidato populista, que abraçava e beijava todo mundo, prometia uma
centena de coisas em época de eleição e depois de eleito sumia. E
isso sempre acontecia! Ou ainda acontece? Talvez. Como podemos mudar
isto? Além de analisar o currículo vitae do candidato, saber suas
origens e intenções, é necessário que se registre suas ideias e
promessas. E quer melhor maneira do que tendo o contato direto, dos
candidatos? Poder falar e cobrar diretamente a pessoa ou seu assessor
e melhor do que isto, com várias pessoas de prova, e muitas vezes
fazendo as mesmas revindicações. Pois é, as redes sociais tem este
poder. Basta você querer enxergar.
A revolta de muitos
eleitores que utilizam a rede, principalmente o facebook, é que a
publicidade contínua, não somente a de campanha eleitoral, mas nos
mais variados aspectos, polui por deixar um conteúdo repetitivo, o
que outrora fez quase que extinguir outra rede social, o orkut.
A
realidade é que se o conteúdo da publicidade não tiver um
contexto, uma boa ideia, ela polui qualquer coisa. Para
o Tribunal Superior Eleitoral,
“entende-se
como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao conhecimento
geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que
apenas postulada, a ação política que se pretende desenvolver ou
razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao
exercício de função pública. Sem tais características, poderá
haver mera promoção pessoal, apta, em determinadas circunstâncias
a configurar abuso de poder econômico, mas não propaganda
eleitoral”. Ou seja, qualquer forma de se auto promover.
Com
toda essa facilidade de aparecer, os candidatos tem dado um tiro no
pé. Uma vez que adequam o velho estilo de fazer política a
novidade de divulgação. O povo não quer ver de meia em meia hora,
uma foto do candidato com um time de futebol, com uma família
carente, em uma região inóspita da cidade. A visão política da
sociedade está deturbada, e com toda razão, política virou
sinônimo de farra com dinheiro público, corrupção, e os atos mais
inimagináveis para, “lograr o povo”, como dizia meu avô.
Porém
esta fatia de revoltosos com a propaganda eleitoral nas redes é
apenas uma parte dos que criticam tal feito. Existem também os
apoliticos, que simplesmente não querem a propaganda por não gostar
de politica, ou não acreditar em mudanças. Para estes, vai o meu
lamento. Grande parte desses internautas, são de classes sociais
altas, pseudos pensadores punks, que somente criticam sem se quer
oferecer nenhuma solução, ou ainda quando tentam expor alguma,
esbarram em ideais utópicas de anarquismo. Ainda temos também
aqueles que dizem, eu não estou nem pra politica, isso num me ajuda
em nada, num muda nada, nestes casos temos o analfabeto político.
Bertolt Brecht, dramaturgo e pensador alemão brilhantemente define o analfabeto político como o pior de todos os analfabetos, “pois ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.
Entre
estes e outros questionamentos, vale atentar a alienação da
população, pois não querem discutir e debater o seu próprio
futuro nas redes sociais, mas adoram compartilhar os hits das
Empreguetes, gerar brigas por causa de times de futebol e acompanhar
a vida das celebridades, tudo isto é válido nas redes, mas política
não. Vai entender, né!
João
Caetano - Músico/Compositor,
Conselheiro
municipal de cultura,
líder
da banda Surfistas de Trem,
Economista
e colaborador do JR.
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critique, opine !!!
Não
se cale, pois quem cala consente.
E-mail:
surfdetrem@yahoo.com.br
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